Todo guerreiro já ficou com medo de entrar em combate.
Todo guerreiro já perdeu a fé no futuro.
Todo guerreiro já trilhou um caminho que não era dele.
Todo guerreiro já sofreu por bobagens.
Todo guerreiro já achou que não era guerreiro.
Todo guerreiro já falhou em suas obrigações.
Todo guerreiro já disse "SIM" quando queria dizer "NÃO".
Todo guerreiro já feriu alguém que amava.
Por isso é um guerreiro; porque passou por estes desafios, e não perdeu a esperança de ser melhor do que era.

Paulo Coelho

domingo, 8 de janeiro de 2012

CAVALEIROS TEMPLÁRIOS



Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão", assim denominaram-se originalmente os Templários, Ordem Militar fundada no ano de 1119, em Jerusalém, para proteger os peregrinos e os lugares sagrados da Terra Santa. Os bravos guerreiros tiveram sua base afincada bem no coração do inimigo islâmico, visto que o seu quartel-general, uma concessão do rei Balduíno II, situava-se num prédio ao lado da Mesquita de Al-aqsa, ocupando uma parte superior do que restara do Templo de Salomão.
Compondo uma síntese entre a sincera fé dos monges e o destemor dos soldados de elite, consagraram-se como a mais poderosa e valente organização militar da época das Cruzadas: a tropa de choque de Deus. Prestigio que lhes rendeu, depois de se transferirem para a Europa, em 1291, serem os depositários fiéis dos bens dos cristãos ricos. Justamente por isso, pela cobiça que despertaram, é que pereceram nas mãos do rei da França em 1307.

O desastre dos Templários


"Nekan, Adonai !!! Chol-Begoal!!! Papa Clemente.. Cavaleiro Guilherme de Nogaret... Rei Felipe: intimo-o  a  comparecer perante o tribunal de  DEUS dentro de um ano para receberem o justo castigo. MALDITOS! MALDITOS! TODOS MALDITOS ATÉ A DÉCIMA TERCEIRA GERAÇÃO DE VOSSAS RAÇAS!!!"

 Foram essas as derradeiras palavras que Jacques de Monay, o 22º e último Grão-Mestre da Ordem dos Templários, proferiu antes das chamas lhe levarem a vida. Acesa a fogueira no pelourinho nos fundos da catedral de Notre-Dame em Paris, ele ali expiou ao anoitecer do dia 18 de março de 1314, imprecando contra o Papa, o Guarda-selos do rei, e o próprio soberano da França. E tinha toda a razão em lançar o anátema contra os três. Sete anos antes, um sórdido conluio entre o rei Filipe IV, o belo, e o Papa Clemente V, tendo o fiel Nogaret como executor, selara-lhe o destino.
Até então a ordem dos monges guerreiros de manto branco e cruz vermelha fora um colosso militar e financeiro. Na noite do dia 12 para 13 de outubro de 1307, as suas instalações, por todas as partes do reino, viram-se invadidas pelos oficiais de Filipe IV. Inclusive seus edifícios em Paris, denominados Ville Neuve du Temple.

Num processo forjado, nos quais os procedimentos inquisitoriais foram aplicados com a máxima crueldade possível, acusaram-nos de serem adoradores pagãos do diabólico Baphomet, de cuspirem na cruz, de negarem os sacramentos e de se entregarem a licenças sexuais uns com os outros. Arrancaram-lhes as confissões por meio de terríveis torturas e outros tormentos, quando, em meio aos urros de dor, com as carnes dilaceradas e queimadas pelo largo uso que os inquisidores fizeram do strappado e do braseiro, concordaram em dizer aos seus supliciadores o que eles queriam ouvir.
Para suprema infâmia dos cavaleiros aprisionados, seus últimos dirigentes, além de terem perdido tudo, foram arrastados aos tribunais reais denunciados por Nogaret, o jurista do rei, pelas práticas de heresia e de pederastia.




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